As quatro letras CMYK são as mais importantes no mundo do design gráfico. Essas letras representam o sistema de impressão atual e todo designer deve saber o que significa.
CMYK é a abreviação para as cores ciano, magenta, amarelo e preto. O termo advêm do inglês “Cyan“, “Magenta“, “Yellow” e “Key” (ou “chave”).
O acrônimo CMYK têm a letra “K” no final em vez de “B” (para “black“) por dois motivos: um deles é por causa que, no passado a chapa que continha a cor preta era chama de “key plate” ou “chapa chave” pois era geralmente a chapa com maior detalhe artístico ou “informações chave”. O segundo motivo é para que seja evitado a confusão com o outro modelo de cor popular – o RGB. RGB significa “Red, Green, Blue” (vermelho, verde, azul) e é como monitores e TVs representam a cor. E embora o termo “key” não seja mais usado hoje em dia, para evitar confusão com a letra “B” do RGB, o acrônimo CMYK continuou inalterado.
Embora as cores ciano, magenta e amarelo quando misturadas formam o preto, esse preto é tido como “insatisfatório” e “imprático em certas ocasiões”. Estas ocasiões ocorrem quando existe uma predominância de preto na imagem, e as três cores juntas podem enrugar o papel (por excesso de líquido) atrasando a secagem, Além do mais, utilizar tinta preta é menos caro do que utilizar 100% de cada uma das 3 cores.
O sistema CMYK é usado na impressão em cores com tinta, ocultando certas cores quando impresso em um fundo branco (ou seja, absorvendo ondas de luz particulares). Este modelo chama-se subrativo pois a tinta “subtrai” luminosidade do branco. A combinação das quatro cores do CMYK podem reproduzir toda a principal gama de cores do espectro visível, porém não todas as cores existentes do mundo (embora o sistema CMYK possa imprimir milhões de cores diferentes).
Identificar a escala CMYK em um impresso pode ser feito com uma lupa ou um conta-fio. Caso o impresso seja feito de pequenas retículas das quatro cores, geralmente dispostas em ângulos padrões, pode se ter certeza que foi impresso em CMYK.
Os “pontos de cores CMYK” que aparecem nas imagens têm ângulos definidos, e formam um padrão. Dependendo de quantas cores são usadas e da preferência do operador da máquina, geralmente os “pontos” são impressos em um dos ângulos definidos:
C 75º 15º 105º
M 15º 45º 75º
Y 0º 0º 90º
K 45º 75º 15º (ângulos nos quais as cores podem ser impressas)
Esses “pontos”, quando vistos pelos olhos humanos, são interpretados como uma cor só. Faça um teste: pegue uma lupa e veja algum tipo de material impresso. Em jornais, a visualização da retícula é mais fácil, pois a qualidade da impressão é geralmente menor.
CONVERTENDO CORES RGB PARA CMYK
Para fazer a conversão de cor, as três cores aditivas (vermelho, verde e azul ou RGB) são convertidas para seus opostos subtrativos (ciano, magenta e amarelo ou CMY). Na teoria, partes iguais de ciano, magenta e amarelo são combinadas para subtrair toda a luz refletida do papel, além de criar a cor preta. Entretanto, como as impurezas estão presentes em todas as tintas de impressão, a combinação dessas cores resulta, por sua vez, em um marrom escuro no lugar de preto. Para compensar essa deficiência no processo de conversão das cores, as impressoras removem um pouco de ciano, magenta e amarelo nas áreas em que as três cores existem, em intensidades iguais, adicionando a tinta preta. Existem duas maneiras de criar o canal do preto (K), pelo processo:
UCR (remoção de cores subjacentes) - onde a tinta preta é utilizada para substituir o ciano, o magenta e o amarelo apenas em áreas neutras (áreas de máximas), sem interferir nas outras cores.
GCR (substituição do componente cinza) - onde a tinta preta é utilizada para substituir partes de ciano, magenta e amarelo em áreas coloridas (áreas de mínimas), bem como em áreas neutras (áreas de máximas). Cuidado, se utilizado incorretamente, o GCR pode gerar uma nevoa acinzentada em toda área da imagem, bem como, acentuar o aparecimento das rosetas, dando a percepção de ruídos nas áreas mínimas e medianas.
Nesta parte do processo de conversão (criação do canal do preto), algumas informações sobre o tipo de tinta e papel utilizado determina a qualidade da conversão na impressão final.
A cor da tinta mais utilizada no Brasil é o padrão Europa e os tipos de papeis na impressão, basicamente, são três: jornal, opaco e brilhante (couchê). Cada um possui características diferentes que faz com que absorvam mais ou menos tinta, gerando o ganho de ponto ou aumento do ponto. A conversão de RGB para CMYK pode compensar estas diferenças, evitando que o papel encharque de tinta, ocasionando erros de registro, transparências, rasgos e outros problemas na impressão, além de falhas na qualidade da imagem, como áreas de sombras entupidas, cores saturadas entre outras. Os programas gráficos, como o Photoshop, possuem ferramentas para personalizar a conversão do CMYK. No quadro abaixo listamos as configurações mais comuns para obter boa qualidade na conversão:
Tabela simplificada para conversão CMYK
Para ajustar o tipo de conversão no Photoshop, abra a caixa diálogo "CMYK Personalizado" que se encontra em "Configurações de Cores..." e entre com os valores do quadro acima para o tipo de trabalho que deseja converter sua imagem RGB.
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